1° FÓRUM EMPRESARIAL DO SINTRATAR

O Sindratar (Sindicato da Indústria de Refrigeração, Aquecimento e Tratamento de Ar no Estado de São Paulo) promoveu, no dia 14 de abril, o “1° Fórum Empresarial Sindratar–SP”, no prédio da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Empresários e representantes do setor puderam ouvir palestras e debater sobre temas relacionados ao mercado.

O presidente do sindicato, Carlos Eduardo Marchesi Trombini, afirmou que o objetivo ao promover o evento foi de proporcionar um momento para os empresários dividirem experiências, ouvirem sobre inovação, comércio exterior e se sentirem motivados a encontrar novos caminhos para crescer e vencer a crise vivida pelo país. “Quero um Brasil pujante, que volte a ser protagonista no mundo, proporcionando renda e alegria às famílias. Para nós do Sindratar, esse Fórum é mais um meio de alinharmos ideias, processos e atitudes com a intenção de pensar para frente e sonhar grande”.

A abertura também contou com a presença do diretor da Fiesp, Paulo Freire, da presidente da Asbrav (Associação Sul Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Aquecimento e Ventilação), Hani Lori Kleber, do presidente da Abrava (Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento), Wadi Tadeu Neaime, e do vice-presidente da Abrava, Arnaldo Basile Jr. No geral, os convidados destacaram a importância da discussão e do setor de refrigeração ser bem representado por um Sindicato sério e com poder de negociação.

Cenários Econômicos

No primeiro painel, o gerente do Depecon (Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos) da Fiesp, Guilherme Moreira, mediou um debate sobre a influência da economia nos negócios, com a presença de Willy de Goes, economista do Núcleo de Inovação Tecnológica da Fundação Instituto Polo Avançado da Saúde de Ribeirão Preto, e do consultor José Luiz Pimenta, da FIA (Fundação Instituto de Administração).

Para Moreira, o cenário atual da economia é muito delicado: “É a pior recessão que presenciei no País. É um cenário parecido com os tempos de guerra, que muda o comportamento do consumidor. Hoje, o empregado se comporta como desempregado e, consequentemente, a confiança do empresário cai”. Em contrapartida, ele entende que as crises são passageiras e com essa não será diferente.

Pimenta corrobora e dá as dicas para a retomada do crescimento econômico, não apenas nos setor de refrigeração, mas em todos: “É preciso atuar com força no mercado interno, mas também no externo. Não podemos separá-los. Temos que tratá-los apenas como um mercado. Além disso, é preciso minimizar as preocupações com a volatilidade do câmbio e se atentar aos acordos comerciais, como o Mercosul, e as medidas regulatórias, como o INMETRO, que dão respaldo ao produto brasileiro exportado”.

Já Goes destacou que os indicadores atuais (PIB, inflação e desemprego) são desanimadores para o Brasil, mas que reforçam o peso da atividade industrial. “Acredito que este é o momento de pensarmos em inovação, que o brasileiro sempre entende como uma mudança radical. Não é preciso inventar a roda, mas melhorar um processo ou produto”, acrescenta o economista. Algumas outras questões trataram do mercado brasileiro de ar-condicionado, principalmente da importação de aparelhos que é maior que a produção nacional.

Comércio Exterior 

O segundo painel do dia foi conduzido pela gerente do Derex (Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior) da Fiesp, Magaly Menezes. Ela recebeu a gestora técnica do Programa Abrava Exporta, Leila Vasconcellos, e o consultor especialista em Comércio Exterior do Sebrae-SP, Thiago Brandão Farias. Magaly abordou a legislação e as oportunidades de exportação. “O comex é uma via de duas mãos. Se por um lado ele faz o brasileiro exportar bem, internacionalizar a marca e aumentar a lucratividade, também é uma tarefa difícil e requer cuidados. Esse Fórum tem o objetivo de ser otimista e nós precisamos ser mais operacionais para isso”, destaca a gerente.

Leila avaliou as vantagens de tornar as empresas do segmento exportadoras: “É uma produção que atende, ao mesmo tempo, o mercado interno e externo e ajuda a equilibrar as contas da empresa”. Além disso, ela ressalta, também, que é preciso ter um produto adequado para o mercado internacional, estudar os países quer serão alvos, visitá-los e criar uma cultura de exportação. “Exportar é um processo de médio e longo prazo”, completa.

Por fim, Farias lembrou a atuação do Sebrae com as micro, pequenas e médias empresas. Ele explica que essas indústrias têm grandes desafios para vender para fora, mas que não é impossível. “É importante seguir um passo a passo. Quem cumpriu esse cronograma há alguns anos, hoje está exportando bem para Estados Unidos, Portugal, Austrália, Colômbia entre outros”.

Aplicativo

O especialista em Competitividade do Decomtec (Departamento de Competitividade e Tecnologia) da Fiesp, Silas Lozano Paz, apresentou o Aplicativo Inteligência de Mercado, que fornece aos usuários informações importantes como, por exemplo, índices de demanda por região, cálculos de faturamento e dados dos canais de distribuição (atacadistas e varejistas). Segundo ele, as empresas que utilizam o aplicativo têm vantagens sobre a concorrência e podem alcançar melhores resultados.

Inovação

A mediadora Juliana Araújo Pereira, diretora da Termodin Componentes Aerodinâmicos, deu início ao 4° painel dizendo que “a crise traz consigo o conceito de oportunidade. É o momento em que, historicamente, surgiram grandes inovadores”.

Os empresários devem evitar o “efeito manada”, ou seja, todos correndo para o mesmo lado, sendo levados pela maioria. Esse foi um dos ensinamentos de Paulo Marcelo Tavares Ribeiro, gerente do escritório regional do Sebrae-SP (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). Ele explica que esse é o momento de manter a calma, o foco e que as empresas devem, mais do que nunca, conhecer a si mesmas e o mercado ao qual pertencem. Por fim, apresentou ao público os serviços oferecidos pelo Sebrae para ajudar as empresas a melhorar seu desempenho, crescer e vencer a crise.

Em seguida, Marcelo Marx, diretor da Delta Frio Indústria de Refrigeração, mostrou aos presentes o case de sucesso da companhia e falou como implantar uma cultura da inovação, o que descreve como um processo a ser abraçado por todos os colaboradores, em todos os níveis, em prol de um objetivo comum. “Dentro da empresa, deve ser construído um ambiente favorável para sair do deserto de ideias e ir para o terreno fértil”, afirma.

Luís Augusto Ferrari Mazzon, diretor presidente da Soletron, participou do debate como convidado e enfatizou a importância de ampliar a visão e não cair no erro de querer inovar apenas no produto. Segundo ele, a inovação deve abranger processos e produtos, “porque processos fazem produtos, processos fazem a empresa”.

Relações do Trabalho

O 5° painel tratou das relações do trabalho, inclusive a questão da relação entre empresa e Sindicato. Sobre isso, Julio Scudeler Neto, gerente corporativo da Alpargatas, apontou que “o Sindicato é legítimo quando, de fato, representa os interesses de seus associados”. Ele definiu o papel do Sindicato como de um aliado das empresas, um prestador de serviços.

O mediador Adalberto Fernando Zanizzelo, vice-presidente do Sindratar, reforçou a ideia de Neto e afirmou que quanto maior a participação da classe empresarial na Entidade, maior a força da representatividade.

O gerente do Desin (Departamento Sindical da Fiesp), Marco Aurélio Vizioli, também falou a respeito da participação do empresário no Sindicato patronal. Para ele, é importante que se tenha um panorama do setor, de como estão as atividades das empresas.

Sobre a relação entre os empresários e os empregados, Luiz Carlos Volpon, assessor do Sindratar, destaca a importância de, dentro de uma empresa, saber ouvir e buscar entrar em acordo, respeitando os interesses tanto de um lado, quanto do outro. “A empresa quer lucro, o empregado quer ter boas condições de trabalho. Tem que haver respeito e transparência de ambos os lados”.

O vice-presidente de relação do trabalho e sindical do Sinaees (Sindicato da Indústria de Aparelhos Elétricos Eletrônicos e Similares do Estado de São Paulo) e Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), André Luis Saraiva, fez questão de parabenizar a todos pela realização do Fórum Empresarial. Ele considera o evento um importante espaço para discussão de ideias e compartilhamento de experiências.

Encerrando o evento o presidente Carlos Trombini se mostrou satisfeito com o evento e revelou que o projeto do Sindicato é de realizar outros encontros como esse junto aos associados. “O plano era esse mesmo, de realizar um primeiro Fórum, experimentar, e depois fazer desse um evento contínuo, aprimorando e trazendo novos temas, acompanhando a evolução daquilo que já foi discutido”.

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