O SIPAN e AIPAN promoveram no último dia 13 de fevereiro palestra com o jornalista William Waack, na sede do Sindicato, em Santo André. De acordo com o presidente do SIPAN, Antonio Carlos Henriques, o objetivo foi levantar algumas considerações sobre a situação atual do país, bem como entender os desafios que o novo governo terá para retomar o crescimento.
Waack procurou mostrar como a economia brasileira pode se desenvolver, sobretudo em um prazo mais curto, até o final do ano, ou até o fim do ano que vem, diante do que são os severos desafios políticos desse novo governo.
O jornalista fez uma intersecção entre política e economia, e como uma afeta a outra, além de tentar responder a pergunta central que está na cabeça de todo agente econômico brasileiro hoje, ou seja, todos àqueles que estejam tomando uma decisão de investimento: qual é a capacidade que o governo tem de enfrentar essas duas grandes crises brasileiras, a dívida e a segurança pública?
Dentro desse escopo explica, as Entidades sindicais patronais vão ter um papel central. “O que está em discussão agora é uma série de reformas, e como eles vão lidar com a questão da reforma Tributária, fundamental para qualquer setor de atividade de economia; como vão lidar com a relação capital/ trabalho que é traduzida como reforma Trabalhista e como vão lidar, sobretudo com aspectos da legislação que tem a ver com o sistema de aposentadorias e pensões”.
Para ele esses três conjuntos estão no cerne da economia fiscal brasileira. “É impossível imaginar que a economia brasileira esteja a se desenvolver de maneira sustentável, não no sentido de ecologia, mas no sentido de manter uma taxa de geração de prosperidade, de riqueza e emprego por um prazo razoavelmente longo e em boas condições sem que aquela questão fiscal seja tratada.”
Waack ressalta que a sociedade brasileira é uma sociedade anestesiada pelo subsídio, desde a meia-entrada a todos os privilégios e todos os incentivos e formas para corrigir a improvisação da improvisação da improvisação, “e nós criamos um emaranhado de tal ordem que todas as entidades representativas, especialmente as entidades de classe que representam um determinado setor da economia terão de ser muito proativas em termos de sentar com o legislador e imaginar um pacote de notificações legais da norma da Constituição que consiga conciliar todos os interesses que serão contrariados nessa trajetória de reforma.”
Esse trabalho das Entidades destaca, exigirá articulação política. “Não é só a questão dos 308 votos necessários na Câmara dos Deputados para alterar qualquer matéria significativa – que mexa com a Constituição, sobretudo – é a articulação condizente com as Federações que tem que levar em consideração o fato de que dos 27 estados brasileiros 16 estão quebrados, o resto em situação precária do ponto de vista das contas públicas, isso tudo está ligado à questão Tributária.”
Logo, conclui, não dá para mexer na carga Tributária sem conversar com os governadores, não dá pra fazer a reforma Previdenciária sem conversar com os governadores e prefeitos. “Isso é muito mais que o ambiente da Câmara dos Deputados ela é mais ampla, portanto acho muita ingenuidade das pessoas acharem que um presidente com muito voto, forte, com muitas intenções resolva sozinho.”
Após a palestra o jornalista abriu espaço para perguntas da plateia, que destacou, dentre outros pontos, o excesso de ingerência do governo nas empresas, com ações como o eSocial e o bloco K, e quanto tempo será preciso para começar a sentir os efeitos da maneira de governar do novo presidente.