O SIMDE, a APCE (Associação Brasileira de Produtos Controlados) e a Abrablin (Associação Brasileira de Blindagem) promoveram no último dia 29 de outubro, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o Workshop “Diretrizes do Sistema Nacional de Rastreabilidade de PCE”.
Iniciando o evento a presidente da APCE, Mônica Rios, falou sobre o conceito de rastreabilidade e marcação química, que começou pelos explosivos, em função do aumento da violência e terrorismo. Lembrou que o SisNaR (Sistema Nacional de Rastreamento de Produtos Controlados pelo Exército), que será desenvolvido para monitorar o produto durante seu ciclo de vida, deverá ser integrado aos atuais sistemas utilizados. “Além dos benefícios para a segurança e ordem pública, espera-se com a implantação do sistema, que as indústrias alcançadas confiram aos seus produtos um caráter distintivo, diferenciador e que constitua uma fonte de vantagens competitivas no mercado mundial.”
Pelo conceito geral de rastreabilidade o PCE deve permitir a detecção e apuração de ocorrência no auxílio à perícia forense; o sistema permitirá saber qual é o ID de um PCE (o que), (de onde veio), (para onde foi) por meios físicos ou eletrônico; e o sistema integrado permitirá obter informações atualizadas e precisas de produção, importação, exportação, estoque e consumo de PCE, bem como pesquisas com fins forenses em caso de crime ou ilícitos envolvendo PCE.
O primeiro palestrante, engenheiro Ney Marques, falou sobre o Sistema Hawk – AI no controle de Armas. Ele explicou a trajetória da empresa e como desenvolveram o sistema confiável e com autonomia. “Criamos um sistema com inteligência, controle e mecânica. Tivemos que entrar na inteligência artificial. Precisávamos desenvolver um software que identificasse os tipos diferentes das armas, e em uma segunda etapa que ele conseguisse trabalhar com o calibre e marca.”
O representante da Gepco, Gerson Branco, falou sobre rastreabilidade em blindagem transparente. Segundo ele, as informações são cadastradas em uma planilha excel e depois transferidas para um QR Code. “Nele ficam armazenadas todas as informações do vidro, em uma etiqueta especial, capaz de suportar intemperes.”
O representante da Protecta, Christian XXXX, falou sobre rastreabilidade em blindagem opaca. Ele explicou que as informações estão em todos os tecidos, permitindo o rastreamento de toda a cadeia. “Não estamos totalmente adequados à Portaria 94 ainda”, ressaltou, mas apresentou o modelo e as etapas que a empresa já superou.
Matheus Cosac, da Condor, falou sobre Rastreabilidade na Indústria de Defesa. Ele mostrou sua linha de produtos não letais, deixando claro que cada uma possui uma rastreabilidade, com número de lote e chip. “Nossos produtos podem ser rastreados desde o fabricante até após a detonação”. Ele explica que o chip é menor que uma unha e funciona por rádio frequência. Esta inovação é essencial para o combate ao roubo de cargas e desvio de materiais.
João Carlos Sanches, da CBC apresentou um sistema de identificação personalizado – SIP, pioneiro no processo de gravação a laser na base dos estojos, integrado à produção, gerenciado por um exclusivo sistema informatizado que oferece on-line rastreamento individual de todas as munições comercializadas aos órgãos públicos brasileiros.
A última exposição foi do Coronel George Divério, da Imbel, que falou sobre marcação química em explosivos. Segundo ele, a rastreabilidade é a habilidade de saber por meio de um código, a identidade de uma mercadoria e suas origens.
Ele considera pontos altos da rastreabilidade, a empresa passar a operar em conformidade com as normas vigentes; após a inserção dos produtos no mercado, ser for o caso de necessidade de recolhimento ou recall dos itens, é possível identificar o lote com maior precisão e evita a perda do produto por validade, evitando a destruição e o retrabalho.
Para o Coronel, o marcador trará benefícios significativos para o controle às fraudes e às ilegalidades, além de possibilitar proteção dos dados sensíveis, um maior controle fiscal e segurança logística em toda a cadeia de armamentos, munições e demais produtos.
Ao final do evento, o vice-presidente Executivo do SIMDE, José Cláudio Manesco, destacou a necessidade que as informações referentes à rastreabilidade dos produtos não fiquem restritas ao meio. Para ele é importante que elas cheguem aos consumidores, de forma que eles possam ter embasamento para questionar o modus operandi desse mercado.